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Mulheres e a Psicologia através dos tempos

Tempo de leitura: 6 minutos

 

Neste dia 08 de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher, data mais que especial para refletirmos os feitos daquelas que marcaram seu nome na história, deram voz a tantas outras, lutaram por igualdade no mercado de trabalho e, principalmente, possibilitaram que as próximas gerações ocupassem espaços, cargos de liderança e transformassem a Psicologia. 

Segundo dados do Conselho Federal de Psicologia, atualmente o Brasil tem 388.207 mil psicólogos(as) em todo o território nacional, sendo 85% mulheres. Entretanto, a representatividade feminina na Psicologia não é de hoje. Com o passar dos anos, grandes estudiosas e pesquisadoras da Psicologia revolucionaram a profissão no Brasil e no mundo, deixando um legado importante que inspira e enaltece o papel de cada uma para a construção dessa ciência fundamental para a nossa sociedade, em que sem ela seria impossível entender os processos mentais e o comportamento humano. 

6 mulheres que mudaram a psicologia

Por isso, hoje apresentamos uma Linha do Tempo para homenagear essas mulheres incríveis!

1. Mary Whiton Calkins (1863) 

Psicóloga, psiquiatra e professora norte-americana, o primeiro contato de Mary com a Psicologia foi na sua admissão no Laboratório de Psicologia da Universidade de Harvard (onde a entrada de estudantes mulheres era proibida). Então, em 1891, Mary regressou ao Wellesley College e criou o laboratório experimental de Psicologia e se tornou professora dessa ciência. Em 1905, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da Associação Americana de Psicologia, sem ter doutoramento.  

Na Psicologia, Mary se interessou pelo conceito do self, apresentando uma interpretação introspectiva e funcionalista, preocupando-se em integrá-la com outras teorias, pois defendia a clarificação e enriquecimento da descrição psicológica do self pelos esforços de todos os psicólogos de todos os setores da ciência. Além disso, Mary pesquisou também sobre a memória humana, em que desenvolveu o método “paired-associate” (associar os pares) para estudar as memórias verbais e descobriu que a repetição dos pares aumentava a retenção de palavras. 

2. Leta Stetter Hollingworth (1886) 

Psicóloga norte-americana responsável por conduzir um trabalho pioneiro no início do século XX. Ao longo de sua carreira, Leta contribuiu significativamente em três áreas: psicologia das mulheres, psicologia clínica, e psicologia educacional. Além disso, é conhecida por inventar o termo “talentoso”, apesar de ter iniciado seu trabalho com os “mentalmente defeituosos”, acreditando que a maioria das pessoas era apenas de inteligência mediana e, que, as pessoas com doenças mentais sofriam de problemas relacionados ao desajuste. 

3. Anna Berliner (1888)

Considerada uma especialista em seu tempo na Psicologia da percepção visual, Anna é a única mulher premiada com PhD em Wilhelm Wundt e uma das primeiras psicólogas a abordar questões culturais. Além disso, Anna produziu um trabalho inovador em publicidade e testes de inteligência. Estudou psicologia em três continentes e escapou da Alemanha nazista. Anna também foi nomeada membro vitalício do Conselho Internacional de Psicólogos em 1963 e foi agraciada com o Prêmio Apollo, uma alta honra da Associação Americana de Optometria, em 1971. 

4. Inez Beverly Prosser (1895)

A primeira mulher afro-americana a receber um PhD em Psicologia. Inez foi fundamental em pautas sobre como melhorar a educação dos estudantes negros. Seus argumentos feitos em sua dissertação foram usados por décadas em relação à segregação escolar. Como psicóloga negra, a representatividade de Inez foi essencial durante seu tempo. Embora sua pesquisa de dissertação permaneça inédita, seu trabalho apropriado por outros pesquisadores foi utilizado no debate que antecedeu a Brown versus Conselho de Educação da Suprema Corte dos EUA de 1954, em que argumenta que as escolas segregadas eram especificamente desiguais, exigindo assim a integração nas escolas públicas das nações.  

5. Nise da Silveira (1905)

Médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung, fez grandes contribuições para a saúde mental do país. Aos 21 anos, foi admitida na Faculdade de Medicina da Bahia.  Nise é pioneira da terapia ocupacional, além de ter ajudado a mudar os rumos dos tratamentos psiquiátricos no Brasil, ao se manifestar contra os métodos agressivos de aplicações em pacientes com transtornos mentais. Não é à toa que a alagoana permanece inspirando novas políticas públicas até hoje no país, sendo um expoente da luta antimanicomial.  

6. Annita de Castilho (1911)

Fundadora do Curso de Psicologia na Universidade de São Paulo (USP), sendo apenas criado efetivamente em 1957, Annita realizou várias atividades como a organização do I Congresso Brasileiro de Psicologia, ocorrido em 1953. Além disso, participou de associações como a American Sociological Association, em 1950, e a Sociedade Interamericana de Psicologia, em 1954. Também foi responsável pela criação da revista Boletim de Psicologia, desenvolvendo assim a Especialização em Psicologia Clínica, com o auxílio de Durval Marcondes, Aníbal Silveira e Cícero Cristhiano de Souza. De 1957 a 1958, também foi presidente da Associação Brasileira de Psicólogos. 

Ao lado de outros profissionais da área de Psicologia, elaborou um anteprojeto de criação dos Cursos de Psicologia e da Regulamentação da Profissão de Psicólogos, encaminhado ao Ministério da Educação (MEC) em novembro de 1953. Depois de inúmeras idas e vindas do projeto nos anos seguintes e de sua reformulação, foi promulgada a Lei 4.119, de 27 de agosto de 1962, que regulamentou a profissão de psicólogo e instaurou cursos de Psicologia em diversas universidades do país.

7. Mamie Phipps Clark (1917)

Considerada uma das norte-americanas mais influentes dos últimos 100 anos, Mamie Clark foi a primeira mulher negra doutora em Psicologia pela Columbia University em 1943. Sua pesquisa psicológica seminal usando o “Teste de Boneca” na década de 1940, revelou em suas descobertas que crianças negras e brancas expressam preferências por bonecas brancas e atribuíram características negativas a bonecas negras. O essencial papel social que sua pesquisa desempenhou na dessegregação das instituições acadêmicas americanas em 1954 também é outro fato marcante. 

Além disso, Clark foi um das primeiras psicólogas cuja pesquisa foi citada em uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, Brown vs. Board of Education. Dissertação de Mestrado, Desenvolvimento da Consciência do Eu em Crianças Negras Pré-Escolares foi a base do marco dos Estudos de Teste de Boneca. Os estudos foram apresentados à Corte como evidência de que, aos 3 anos de idade, as crianças negras desenvolvem sentimentos de inferioridade e ódio por causa do racismo, discriminação racial e segregação que vivenciam no sistema escolar dos EUA. 

8. Carolina Martuscelli Bori (1924) 

Primeira mulher registrada no conselho da categoria dentre os constituintes. Carolina liderou diversas campanhas sobre o exercício profissional do psicólogo. Lutou pelo currículo mínimo para a graduação e pela implantação do curso de pós-graduação em Psicologia. Presidiu e participou de inúmeras comissões para criação de cursos de Psicologia e de pós-graduação em todo o país, defendendo a obrigatoriedade de uma porcentagem de disciplinas com trabalho de campo ou laboratório e solicitando auxílios às instituições. Nos anos 60, foi uma das poucas doutoras em Psicologia. Como professora em cursos de pós-graduação, Carolina orientou mais de 100 teses e dissertações em um período no qual não havia limite no número de orientandos, dadas as condições existentes. 

Além disso, o nome de Carolina está atrelado a associações como a Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e, antes disso, a Associação de Psicologia de São Paulo. Foi presidente de todas elas e membro atuante. Participou das lutas para o desenvolvimento da Psicologia e ciência no Brasil. Até o fim de sua vida, Carolina participou de comissões e organizações científicas, debatendo o significado de ações e a necessidade de destacar outras.

Com a chegada do Dia Internacional da Mulher é fundamental fazermos um resgate na história da Psicologia e, principalmente, a importância da mulher na profissão e no desenvolvimento dela. Pois a Mary, a Leta, a Anna, a Inez, a Nise, a Annita, a Clark, a Carolina, e muitas outras, estudaram, pesquisaram e trabalharam muito para que as próximas gerações de psicólogas pudessem ajudar ao próximo e, consequentemente, contribuir para a Psicologia de forma efetiva. Viva a todas elas! 

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