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Consultório de psicologia em tempos de pandemia: como lidar?

Tempo de leitura: 5 minutos

 

Se você, assim como eu, é psicólogo clínico em consultório particular, com certeza já sentiu os impactos da pandemia, da quarentena e demais medidas de prevenção à COVID-19. Para além do cenário sanitário, os efeitos na economia e na política são imensos: ninguém está imune a esse quadro. Este texto não vai te dizer como gerenciar sua agenda para rentabilizar ou lucrar durante esse período, como conseguir mais pacientes ou algo assim. Tampouco será um tutorial de “o que fazer”, pois a realidade e as possibilidades de cada terapeuta são únicas. Antes de mais nada, minha intenção é oferecer alguns pontos de reflexão para sua organização geral no consultório. Vamos?

1. Observe cuidadosamente o contexto: você é um profissional de saúde!

Embora as recomendações do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Psicologia (CFP) sejam para evitar atendimentos presenciais devido ao risco de contágio, alguns psicólogos clínicos não migraram seus serviços para plataformas online devido ao público que atendem ou tipo de serviço oferecido. Se é seu caso, você deve assegurar a higiene, o asseio e todas as medidas de precaução fornecidas pelas autoridades sanitárias. É princípio fundamental de nossa profissão atuar com responsabilidade social, analisando a realidade de forma crítica.

Assim, minha pontuação aqui é para que você reflita acerca da responsabilidade social e bem-estar coletivo no oferecimento dos seus serviços.

2. Seja honesto com seus pacientes

Algumas pessoas não se sentem confortáveis com atendimentos online por inúmeras razões e fazem questão de manter o formato presencial. Se você não fica confortável e seguro com isso, coloque honestamente a questão para o seu paciente e ofereça alternativas possíveis. Atendimentos online são mais do que uma opção, são uma realidade para os psicólogos. Se algo fere os seus princípios saiba que sua disponibilidade emocional para o encontro também ficará prejudicada e, em consequência, a qualidade do atendimento será afetada. Pense quais são as suas necessidades enquanto psicoterapeuta para dar continuidade ao seu trabalho.

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3. Invista em ferramentas e plataformas digitais

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou no dia 26/03/2020 a Resolução nº4/2020 que versa sobre serviços psicológicos prestados por meio de Tecnologia da Informação e Comunicação durante a pandemia do COVID-19. Muitos psicólogos que não ofereciam atendimentos online estão tendo que se adaptar quanto a material, estrutura e recursos técnicos.

Experimente as plataformas disponíveis e veja qual se adequa ao seu perfil e modalidade de serviço, qual te dá mais estabilidade no manuseio e garante sigilo e privacidade ao paciente. Escolher seus recursos digitais é como escolher os móveis do seu consultório: dê atenção a esse espaço que é seu, isso te trará familiaridade, confiança e demonstrará segurança aos seus pacientes. Ah, o cadastro na Plataforma e-Psi é obrigatório, não esqueça!

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4. Flexibilize os horários

A rotina mudou, é um fato. Com trabalhos home office, crianças em casa, família ou colegas de moradia em casa em tempo integral a organização do tempo sofreu mudanças. Acompanhe isso e ofereça horários mais flexíveis aos seus pacientes. Na minha experiência, tem dado muito certo combinar os atendimentos semanalmente, de acordo com a disponibilidade deles e a minha. Veja que a sugestão é flexibilizar e não exacerbar e se afogar na própria agenda. Se achar trabalhoso fazer essa negociação sozinho, considere que o PsicoManager disponibiliza funções de agenda online, marcação de horários e mensagens de confirmação. Use a tecnologia a seu favor!

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5.Negocie valores e formas de pagamento

Os tempos são incertos para todos os trabalhadores: alguns tiveram contratos suspensos, outros reduzidos e até encerrados. Com as finanças comprometidas, é comum que as pessoas cortem algumas atividades como a psicoterapia a fim de equilibrar o orçamento. Considere a realidade de cada paciente e ofereça formas de pagamento que sejam viáveis tanto para ele quanto para você.

Se você não trabalhava com cartão de crédito, agora pode ser uma opção interessante. Se você não costumava parcelar os valores, também pode ser uma opção válida para o momento. Lembre-se que o valor dos serviços psicológicos deve ser justo para ambos e sempre conversado e combinado entre terapeuta e paciente.

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6.Considere fazer atendimentos voluntários

Ok, sei o que você pensou. Primeiro eu negocio meus valores, agora vou atender de graça? Calma, vou explicar melhor essa questão! Primeiramente, nosso Código de Ética proíbe qualquer publicidade que vincule os serviços psicológicos a preços, ou seja, isso não é uma estratégia para se promover profissionalmente. Minha consideração sincera é sobre as pessoas que não terão como se comprometer financeiramente com o atendimento mesmo com a negociação, pois as condições materiais determinam seu acesso e continuidade.

Tenha em mente a evolução do paciente durante o processo, o engajamento e o quanto uma interrupção ou finalização abrupta poderia impactar tudo isso. Pense se é possível para você, afetiva e financeiramente, negociar alguns atendimentos voluntários até que a pessoa se reorganize financeiramente. Aqui, mais do que em qualquer outro tópico, o seu bom senso, ética e zelo vão te direcionar. Mais uma vez, se não ficar confortável com isso, deixe claro para o paciente e organize a suspensão, finalização e/ou encaminhamento de forma cuidadosa, digna e com a mesma qualidade de sempre.

7. Prepare-se para imprevistos

Ninguém pode dizer com muita certeza o que esperar dos próximos meses, mas pode confiar que não será um período de crescimento e progresso econômico. Nunca enfrentamos uma situação como essa e cada dia é uma batalha com o desconhecido. O incerto agora faz parte da nossa rotina e a cautela é a linha-guia para atravessarmos isso.

Reveja seus planejamentos, investimentos e custos. O que for possível reduzir de custos já dará uma folga para o orçamento. Mantenha metas concretas e possíveis, pense em segurança e cuidado em correr riscos ou fazer investimentos duvidosos. Manter uma reserva de emergência também é uma boa para enfrentar as oscilações econômicas. O momento é de recessão e pede cautela.

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8. Fortaleça a rede

Não, não me refiro à rede de internet, embora com certeza seja bom reforçá-la. Refiro-me à sua rede de contatos com outros psicólogos. Nossa categoria não é das mais unidas e isso precisa mudar radicalmente! Converse, busque informações, troque experiências e amplie a comunicação com pessoas que estão vivendo um cenário semelhante ao seu. Entenda que somos parceiros de profissão e não concorrentes.

A experiência de alguém pode ser a melhor dica agora!

 

Luísa Parreira Santos

Psicóloga clínica, professora universitária, coordenadora da Comissão de Psicologia e Relações Étnico Raciais do CRP 04 subsede Triângulo. Mestre em Psicologia e pós graduada em Saúde Mental. Atualmente une docência e prática clínica para pensar uma atuação ética e com responsabilidade social para a Psicologia.

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